segunda-feira, 7 de abril de 2008
Marina minha
Ontem sonhei com a minha filha. Estavamos sentados na beira do mar montando um enorme castelo feito de gotas de água e areia, daqueles que aprendemos com nossos pais e que provavelmente eles aprenderam com os pais deles.Marina por segundos se desconcentrou e olhou fixamente para uma nuvem branca e densa como um pedaço de algodão. Filha? Perguntei. Vamos terminar esse casatelo? E ela com os olhos grandes e curiosos como duas ameixazinhas me perguntou. Pai, porque as nuvens são brancas? Nossa, me pegou de surpresa, por essa eu não esperava. A gente fica a vida inteira esperando a hora que nossos filhos vão começar a nos fazer perguntas complexas e desconsertantes demais e simplesmente ignoramos que as perguntas mais simples podem nos derrubar do cavalo.Talvez, se eu tivesse prestado mais atenção nas aulas de ciências ao invés de ficar desenhando preso em meu próprio mundinho tivesse a resposta na ponta da lingua. Só me restou o improviso e eu não me fiz de rogado. Filha, as nuvens são brancas porque o céu é azul e se elas fossem azuis também ninguém as veria. E emendei. Já pensou? Ela no alto dos seus 3 aninhos me olhou desconfiada. Estava parecendo que eu não tinha conseguido ludibriar a inteligência ainda em formação da minha pequena. A verdade é que a sapeca puxou a mãe, curiosa demais pra aceitar apenas uma versão da história.Marina se levantou e para a minha perplexidade correu até a mãe que estava sentada provavelmente no décimo sono em sua cadeira de praia. Mãe, papai disse que as nuves são brancas porque o céu é azul. Olhei pra Letícia com o sorriso amarelo estampado. Não consegui pensar em nada mais criativo na hora. Definitivamente eu havia subestimado minha cria e eu sei que Marina não ia sossegar enquanto não tivesse uma resposta realmente convincente ou pelo menos uma outra versão do assunto.
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